A preferência dos bairros escolhidos pelos cariocas para morar tem passado por mudanças significativas. Embora Ipanema e Leblon continuem liderando o ranking de imóveis de alto padrão, as regiões de Copacabana, Botafogo e Centro têm despontado no gosto dos futuros compradores em geral. Essa tendência indica novos rumos para o mercado imobiliário da capital fluminense.
Essas mudanças foram apontadas por um levantamento realizado pelo Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Sindicato da Habitação (Secovi Rio) e pela ASB Soluções Imobiliárias. O estudo baseou-se em dados oficiais do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) da prefeitura, fornecendo uma perspectiva sólida sobre o mercado.
Apesar do crescimento percentual mais significativo nas vendas em Copacabana, com crescimento de 120%, a Barra da Tijuca, na Zona Oeste, ainda lidera em valores absolutos de imóveis vendidos. Isso se deve à sua grande dimensão geográfica e à quantidade de condomínios de grande porte.
Especialistas indicam que esse cenário reflete um movimento de ocupação dos bairros mais consolidados do Rio, que oferecem infraestrutura, comércio e transporte, além de custo-benefício atraente para os compradores. O projeto do novo Plano Diretor da Cidade, em discussão na Câmara de Vereadores, também contribui para essa tendência, favorecendo a ocupação de bairros já estabelecidos.
Um aplicativo chamado RioM² mostra a discrepância de preços entre os diversos bairros. O metro quadrado na Avenida Delfim Moreira, a localização mais cara da cidade, custa quase 156 vezes mais do que em Ricardo de Albuquerque, no subúrbio, por exemplo.
Além disso, o Programa Reviver Centro teve um impacto significativo na ocupação residencial da região central do Rio. O número de apartamentos vendidos no Porto Maravilha e no Centro teve um aumento impressionante em relação aos anos anteriores. A transformação de salas comerciais em apartamentos também tem sido observada nessa área.
Essas mudanças no mercado imobiliário do Rio de Janeiro refletem a busca por opções mais acessíveis e com boa infraestrutura, o que está impulsionando novos investimentos e movimentando a cidade.