O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (20), em reunião ministerial na Granja do Torto, em Brasília, que quer tentar “corrigir”, nos próximos dois anos, o que o governo fez de errado ou deixou de fazer até aqui.
Lula se reuniu com os ministros para traçar diretrizes para a segunda metade do governo (2025 e 2026) e passar “missões” para combater as causas de desgastes recentes – como a polêmica em torno da fiscalização do PIX e a alta na inflação dos alimentos. “Nós vamos ver se nesse ano de 2025, a gente pode corrigir aquilo que porventura a gente tenha feito de errado ou deixado de fazer. E vamos tentar fazer com muito mais força aquilo que nós ainda não fizemos”, declarou.
“Essa não será uma reunião qualquer. Será uma reunião em que a gente vai definir concretamente o que a gente vai realizar até o final de 2026. Nós passamos dois anos arrumando a casa, trabalhando a terra, cultivando a terra, plantando as coisas. E agora já sabemos o que plantamos, e temos que ter certeza que vamos colher tudo aquilo que plantamos”, seguiu. “Posso dizer pra vocês que a entrega que nós fizemos para o povo ainda não foi a entrega que nos comprometemos a fazer em 2022. Porque muitas das coisas que nós plantamos ainda não brotaram, não nasceram. Esse ano será de definição”, afirmou Lula.
O presidente afirmou, ainda, que o governo “não pode mais inventar nada”, e que é preciso ter certeza de que os anúncios já feitos vão “aparecer agora”. “Nem tudo que foi anunciado já deu frutos. Mas é preciso que a gente saiba que 2025 é o ano da grande colheita de tudo aquilo que a gente prometeu ao povo brasileiro. Nós não podemos falhar, não temos o direito de falhar. Não podemos errar, não temos o direito de errar”, seguiu.
Após a fala do presidente, os ministros devem discursar e apresentar um balanço específico de suas pastas e as principais ações previstas para os meses seguintes.
Combate à desinformação
O presidente, que se disse prontamente recuperado da cirurgia que fez na cabeça após uma queda, reiterou o compromisso do governo com a manutenção da democracia. Ele pediu a seus ministros que fiquem atentos para evitar dar argumentações a opositores que, segundo ele, já iniciaram campanha visando as eleições presidenciais do ano que vem.
“Daqui para frente, nenhum ministro vai poder fazer portaria que depois crie confusão, sem que essa portaria passe pela Presidência da República, por meio da Casa Civil”, disse.
“Eu tenho uma causa, e ela é o que vai me motivar em 2025, que é a de não permitir, em hipótese alguma, que esse país volte ao horror do que foi o mandato do meu antecessor, garantindo que a democracia permaneça nesse país. Não queremos entregar esse país de volta ao neofascismo, ao neonazismo, ao autoritarismo. E precisamos dizer em alto e bom som: queremos eleger um governo para continuar o processo democrático nesse país “, acrescentou.